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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

LIDERANÇA SEM COMPAIXÃO

Adequação no Planejamento Estratégico - Que tal uma festa?! Fica aqui no palácio ainda hoje, Urias. (11.12) Davi oferece ao guerreiro uma festa. Comida, bebida e diversão. Pão e circo. O rei embriaga Urias. O monarca sabe que o excesso de bebida tira um homem da sua razão. Sabe o rei que a embriaguês rompe com os limites sociais. Pela tarde, o leal soldado, trôpego por causa da bebida deita, finalmente, na sua cama. Contudo, não com a sua mulher, como planejara Davi, mas com os servos do seu senhor.


A determinação de Urias frustra a estratégia de Davi, seu senhor. Em outras circunstâncias o rei de Israel, provavelmente, elogiaria Urias por essa atitude. O condecoraria por lealdade. Ofereceria uma festa, talvez até uma promoção, uma patente superior.

Porém, na atual conjuntura a atitude de Urias agrava o problema. Nada parece persuadi-lo de sua decisão de não ir para casa. Nada e ninguém conseguirão demovê-lo do seu foco.

A crise está instalada no palácio real. É preciso debelar essa situação. E Urias não está colaborando para a solução do problema. Sua lealdade é vista como contumácia. Sua firmeza como teimosia. Suas melhores qualidades transformaram-se em empecilho para a gestão dos problemas pessoais do rei Davi.

Um problema radical exige, também, uma solução radical. E a solução radical requer que o problema seja eliminado definitivamente. Davi perde o foco. O problema passa a ser, agora, Urias, o heteu.

Outra Adequação no Planejamento Estratégico - O rei tem que maximizar seu potencial de líder. Assim, põe o aparato militar do reino a seu serviço pessoal. O exército de Israel tem uma guerra para lutar. Os soldados estão empenhados em conquistar uma vitória contra os filhos de Amon. E seu líder supremo preocupado em resolver o seu próprio problema particular.

Davi sentencia Urias à morte. E pelas leais mãos do próprio Urias (11.14) Davi envia sua sentença de morte ao comando militar em Rabá. Joabe, coloque Urias no front. Exponha Urias ao alcance das armas inimigas. Deixe-o só para que seja ferido e morra.

Joabe sabe que este estratagema de combate não é bom, nem seguro. Joabe sabe que isso resultará em baixas na corporação. Todavia, recebeu ordens do rei. Como questionar seu senhor, um exímio estrategista militar? Os sucessos de Davi o comprovam. (11.21)

Joabe faz parte de uma estirpe de homens leais. Como Urias, Joabe mantém obediência incondicional ao rei. Ele executa o mandato do monarca sem questionar. E Urias jaz morto. Com ele alguns valentes de Davi.

Notícias do front chegam ao palácio em Jerusalém. Ao arauto do exército que traz as novas é recomendada cautela. Cautela ao informar o rei sobre a morte dos soldados. Uma ação bélica desastrosa. Joabe sabe disso e instrui o mensageiro a enfatizar que Urias, o heteu, também foi morto. Como se o rei Davi já não o soubesse.

Ao enviar o arauto de volta a Joabe, Davi, com cinismo, diz: "Não pareça isso mal aos teus olhos; pois a espada devora assim este como aquele." (11.25). Foi uma fatalidade Joabe. É a vida. O que se há de fazer?!

Planejamento Estratégico Enganoso - Davi parece aliviado. Há um tom de alívio em suas palavras de Davi. Alívio por ter obtido sucesso no seu plano para solucionar um problema de "Estado". Não foi bem como ele havia planejado. A solução do problema exigiu algumas correções de rota. Mas no final tudo acabou bem, afinal deu tudo certo. Urias morto. Batsheba viúva. E o caminho livre para Davi desposá-la.

Um grande líder com uma grande solução! Caso encerrado.

Ledo engano. Pois "... isto que Davi fizera, foi mal aos olhos do Senhor." (11.27).

Em todo o percurso da gestão do problema, criado pelo próprio Davi, ele não teve em conta o seu Deus.

Planejamento Estratégico Desmascarado - E vem Natan a Davi (12.1). Natan, o profeta. A boca do Senhor. Sutilmente Natan conta uma história a Davi. Uma história de crueldade e abuso de poder. Um homem poderoso e rico defrauda um homem fraco e pobre, tomando-lhe seu único e mais precioso bem: uma ovelhinha (12.2-4). Natan sabiamente comove seu rei ao relatar que a cordeirinha não é um animal qualquer, "... senão uma cordeirinha que comprara (o homem pobre) e criara, e que em sua casa crescera, junto com seus filhos; comia do seu bocado e do seu copo bebia; dormia nos seus braços e a tinha como filha. (12.3). O profeta quer despertar o senso de justiça de Davi.

Uma história de causar indignação. E causa, em Davi, um ataque de furor. Ira tão intensa que o rei decreta a morte do homem rico. Motivo? "... porque não se compadeceu do homem pobre." (12.6). Palavras de um rei sábio e justo, que defende o direito dos súditos do seu reino, que se compadece e julga a causa dos seus servos. Então, no auge de sua indignação Davi escuta: "Este homem sem compaixão é você!

Eis aqui o ponto crucial da narrativa. Davi mostra compaixão pelo homem indefeso por causa da cordeirinha. Todavia, foi incapaz de qualquer compaixão por Urias, seu leal soldado.

A palavra de Natan é uma denúncia. Uma denúncia que se fundamenta em uma pergunta básica: "Por que, pois, desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o que era mal perante ele? (12.9a). A acusação é clara: Feriste Urias, o heteu, o mataste com a espada dos filhos de Amom. E ainda por cima tomaste a mulher dele. (12.9b).

Davi havia se lembrado de dizer a Joabe: "Não pareça isto mal aos teus olhos." (11.25), mas se esquecera de levar em conta os "olhos do Senhor". Aquele que vê o íntimo. Aquele que sabe as intenções do coração. Olhos daquele que sonda e conhece os pensamentos.

Depois da denúncia, a sentença: a espada não se apartará de sua casa; o mal sobrevirá à tua casa. De dentro dos teus muros. À tua vista. O que fizeste em oculto, farei perante Israel e o sol. (12.10-12)

Urias (luz do Senhor) revela a liderança sem compaixão do grande rei Davi.

Planejamento Estratégico Desastroso - Desmascarado, Davi sente a "palavra do Senhor" cortar-lhe a própria carne. E confessa: "Pequei contra o Senhor." Ao que Natan replica proclamando o perdão de Adonai: "Também o Senhor te perdoou o pecado." (12.13)

Mas, o reconhecimento da falta por Davi e o perdão do Senhor não evitam as trágicas conseqüências dos atos de Davi. O desfecho é conhecido. O rei não precisará esperar para sentir na própria pele os resultados de sua ação desastrosa.

Meses de sofrimento. Da decisão de ficar em Jerusalém, o intercurso com Batsheba à morte da criança nascida dessa relação decorreram meses de sofrimento. Meses a fio durante os quais Davi teve que dissimular, enganar, trapacear, matar.

Retomar o caminho - Pergunta e resposta óbvias: Como poderia Davi ter evitado tanto sofrimento para todos? Tomando a decisão certa: ter ido a Rabá com seu exército.

Importa ao rei, agora, retomar a sua carreira no momento em que ela foi interrompida. Em 12.26-31 Davi retoma o lugar certo, a hora certa, a pessoa certa e faz a coisa certa. Reassume seu papel de líder. Ele vai para Rabá, está presente na hora da batalha, fica junto aos seus soldados e participa da luta contra os filhos de Amom.

Palavra Final - Não resta dúvida de que a gestão de problemas exige planejamento. Exige soluções estratégicas. Entretanto, não sem compaixão, pois da compaixão depende o sucesso na gestão de problemas. E a compaixão não é um elemento no planejamento estratégico, é, isto sim, seu pressuposto básico, seu fundamento.

Portanto, qualquer liderança que elabore um planejamento estratégico que ignore valores fundamentais como a compaixão, está fadada ao fracasso e muito, mais muito próxima mesmo de agir injustamente.

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